ADORAÇÃO EM MOVIMENTO
Embora a narrativa bíblica frequentemente descreva a comunidade de Deus como um povo em movimento, os crentes que vivem na realidade do deslocamento enfrentam desafios como adoradores quando forçados a deixar suas casas e comunidades. Para o superintendente distrital da Ucrânia, Volodymyr Masyuk, e sua parceira de vida e ministério, Sylvia Cortez Masyuk, o deslocamento no meio da guerra apresenta obstáculos para se reunir com a comunidade de fé e os leva a contemplar a esperança da adoração cristã: a Ressurreição.
Nos primeiros dias do conflito, membros da igreja deslocados se conectaram uns com os outros através de videochamadas em abrigos anti-bomba. “Coletivamente, nós tínhamos esse sentimento de que tínhamos que nos reunir e orar juntos,” diz Sylvia. Eles se encontravam diariamente até o momento em que um número significativo de membros foi forçado a evacuar a cidade. O distanciamento de seus lares, de seu país e de sua igreja evocaram sentimentos de exílio. “Essa guerra ameaça nos separar,” diz Sylvia. “Nós cremos que a adoração é um tempo de buscar coletivamente o Senhor e sermos re-membrados diante de Deus e uns com os outros”.[1]
“Adoração—como se encontrar regularmente, cantar, ouvir uma pregação—tudo isso mudou e, de muitas formas, isso não está acontecendo [como já aconteceu],” diz Volodymyr. “Mas as as formas pelas quais estamos aprendendo a nos conectarmos e a dar e receber uns dos outros é realmente algo lindo e uma nova forma de sermos re-membrados[2] uns com os outros que nos mudará para sempre”.
Para a Páscoa, o casal ministerial retornou a Kyiv onde eles se encontraram com crentes ucranianos para um culto de alvorada num parque público. A reunião anual marcou uma tradição de trinta anos. Nesse ano, entretanto, o casal notou como eles experimentaram esse culto de forma diferente. Aventurando-se num lugar público antes do amanhecer, apenas uma hora após o fim do toque de recolher matinal, parecia um ato de fé corajoso, se não desafiador, diante do imperialismo. Este ano, o superintendente ucraniano pregou a ressurreição em Lucas 24, notando mais intensamente do que nunca que o Cristo ressuscitado levou as feridas da violência quando se apresentou aos discípulos.
“Preparar e escrever um sermão numa situação de abrigo é realmente um ato cheio de esperança”. -Volodymyr & Sylvia Cortez Masyuk
Um lembrete convincente da audácia que a esperança cristã tem para a igreja veio para Volodymyr em uma notícia de como agricultores ucranianos persistiram em semear em seus campos durante uma temporada de guerra. Eles podem não ter uma casa para retornar, ele contou, mas eles plantam crendo que o futuro guarda uma promessa para uma nova criação. “Isso me levou às lágrimas”, disse Volodymyr ao confirmar o princípio central do evangelho: “Morte, destruição e guerra não são o fim”.
“De muitas formas, …Cristo ainda está se revelando a nós, especialmente agora”, afirma o casal. “A nossa oração é para que possamos reconhecê-lo no peso dessa escuridão e encontrarmos esperança no Cristo ferido e ressurreto”.
A Agência de Refugiados das Nações Unidas estima que o número de pessoas deslocadas forçadamente ao redor do mundo exceda 84 milhões. Para saber mais sobre como os nazarenos estão respondendo à crise de deslocamento, visite www.NCM.org/RefugeeImmigrantSupport. Para saber mais sobre como o Ministério de Compaixão está respondendo à crise do leste europeu, visite www.NCM.org/Ukraine-Crisis.
[referência]
Chet Bush é escritor/editor para o Ministério Nazareno de Compaixão.
[1] Nota da tradutora: O texto original trabalhou com a palavra remembered em inglês, que literalmente quer dizer relembrados. Entretanto, a citação no texto original dividiu a palavra para re-membered como se dissesse “re-membrado”, feitos como membros novamente, por isso foi usada essa segunda palavra, porque carrega o significado desejado.
[2] Mesma terminologia.